28 de outubro de 2008

11 de Agosto - Roma (Milão) Paris

Neste dia ficámos a descansar no hostel, ainda conseguimos despedir-nos do rapaz da recepção, que tinha sido impecável connosco. Quando chegou a altura, pusemos as malas às costas, apanhámos o Metro (o Hostel ficava mesmo ao lado da estação Bologna – linha Azul) em direcção a Termini.
metro roma
Mapa do Metro de Roma
Apanhámos um comboio em direcção a Milão. Chegámos lá à noite. Como o comboio para Paris partia passado uma hora, às 23h30, não pudemos passear em Milão.
Havia muitos imigrantes na estação, houve um marroquino entradote que meteu conversa connosco e ainda deu para nos distrairmos enquanto estávamos à espera.
Quando chegou a hora do embarque, eu e o meu irmão fomos a correr para o nosso vagão, para apanharmos os melhores lugares. Chegámos ao nosso compartimento e surpresa das surpresas: era m-i-n-ú-s-c-u-l-o! Entretanto, tinham chegado também os nossos companheiros de viagem, um francês lingrinhas da minha idade (entre os 25 e 30 anos) duas mulheres africanas e uma miudinha, que era neta de uma delas. Uma dúvida pairava nas nossas cabeças: onde estão as camas para esta gente toda? O francês, Christophe, era todo despachado e, lá montou as camas que faltavam, que eram os encostos de cabeça de quem ía sentado.
Ficámos então com uma espécie de wagon-lit que mais parecia um jazigo com beliches de três andares.

comboioparis

O nosso vagão era igual a este. Saquei esta fotografia do site http://embudapeste.livejournal.com

Depois de chegarmos a um consenso em relação a quem ía ficar com as camas de cima e por aí fora, começamos a viagem ainda meio calados. Eu e o meu irmão nas camas de cima, o francês e uma das mulheres no meio e a outra mulher e a neta em baixo.

Mas depois as duas mulheres, que eram dos Camarões começaram a conversar e rapidamente ficámos todos a ouvir a conversa até que às tantas já estava tudo à gargalhada e a conversar alegremente. A mais divertida chamava-se Marcelle e estava de regresso a casa, nos arredores de Paris. Tinha ido a Nápoles e tinha feito “muitas compras, verdadeiras pechinchas, sapatos a um euro, queres ver?”, dizia ela para a amiga. E nós, francês lingrinhas incluído, com a cabeça de fora da cama a ouvir tudo, curiosos. “Não acreditas? Eu mostro-te!”, e pediu-me para eu lhe dar o saco cheio de tralha que estava aos meus pés. “Olha estes! Um euro!” e tudo de boca aberta a ouvir as histórias da Marcelle. Depois rendemo-nos ao cansaço e adormecemos profundamente. Só acordámos de manhã, já quase em Paris. Foi uma das melhores noites de sono deste interrail, acho que os solavancos do comboio me embalaram e não acordei uma única vez durante a noite. Foi maravilhoso.


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