29 de abril de 2013

Divas - Marisa Monte

Seja eu!
Seja eu!
Deixa que eu seja eu
E aceita
O que seja seu
Então deita e aceita eu...


Molha eu!
Seca eu!
Deixa que eu seja o céu
E receba
O que seja seu
Anoiteça e amanheça eu...


Beija eu!
Beija eu!
Beija eu, me beija
Deixa
O que seja ser...


Então beba e receba
Meu corpo no seu
Corpo eu, no meu corpo
Deixa!
Eu me deixo
Anoiteça e amanheça...


Beija Eu, Marisa Monte

Fotografia retirada de: www.marisamonte.com.br
Desde há muito tempo que me habituei a fazer coisas sozinha - lembro-me que o meu Pai me dizia que temos de saber estar connosco próprios. Idas à praia, ao cinema, ao ballet...Gosto muito destes momentos a sós comigo mesma.
Há semanas atrás, soube que a Marisa Monte vinha ao Coliseu dos Recreios em Lisboa e sem hesitar, pensei: "nem que eu vá sozinha!". E assim foi.
Já tinha tinha assistido sozinha a um concerto há muitos anos atrás, no Festival do Sudoeste 2000, mas porque me tinha perdido do meu grupo. Foi durante o concerto de Placebo, fiquei sozinha e lembro-me de não ter gostado nada da sensação de estar sozinha no meio da multidão.
Por isso, quando no Sábado me estava a arranjar para sair, ainda estive para desistir. Estava um pouco nervosa, pois comprei o último lugar de um camarote de 6 lugares. Não sabia quem iria encontrar.
Quando lá cheguei, deparei-me com um simpático grupo de turistas espanhóis, com quem falei antes do início do espectáculo. Eram muito simpáticos e quando lhes confessei que era a minha primeira vez sozinha num concerto, eles puseram-me totalmente à vontade. Eram amigos dos ocupantes do camarote contíguo àquele. Também me saudaram e falaram com entusiasmo.
Adorei o espectáculo. Tal como a cantora, também ele se apresentou muito completo: a qualidade dos músicos, a selecção dos temas e ainda a atmosfera criada pelo jogo de luzes e projecções, que deu às canções uma quase terceira dimensão. Senti-me transportada para diferentes fases da minha vida, umas mais antigas que outras. Lembrei-me de amigos, da minha adolescência, das tardes a ouvir e descobrir novas canções.
Escusado será dizer que também senti uma certa tristeza, por não ter o meu Marido junto de mim. Até fiquei comovida nalguns momentos, mas ninguém deu por isso. E isso é totalmente normal em mim, não consigo evitar...Sou muito sensível e vivo muito aquilo de que gosto.
Quando o concerto acabou, aplaudimos de pé e durante muito tempo. Saí com a sensação de missão cumprida, um medo vencido.
Os meus companheiros desta aventura simpatizaram comigo, convidaram-me para sair com eles. Até tive vontade de aceitar, mas como estava sozinha, tive medo. Agradeci e declinei o convite.
Hei-de vencer esse medo numa próxima vez.

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